a tragédia do início

A grande questão para professor é quando ele distancia-se do aluno, enxergando-o como seu oposto, seu duplo.
Sempre preocupei-me com o texto escrito pelo aluno ou, no máximo, com as questões no momento da escrita, com as questões do momento em que o texto está sendo escrito. O antes, o momento que antecede a escrita, a tela em branco, jamais foi a minha preocupação.
No mestrado, vivo um duplo, um triplo papel: minha atuação profissional como professor, a minha atuação universitária como aluno e a minha atuação como pesquisador imaturo. Vivo três papéis dentro de um só corpo, cada um requer uma angústia diferente que, no final, se funde.
Entrei no mestrado em Linguística na Unicamp em 2008 e este ano é decisivo: apresento minha dissertação, doa a quem doer em mim. Depois de ter cursado todas as disciplinas, de ter feito várias considerações teóricas, chegou o momento de escrever.
Antes de mais nada, não é fácil.
Primeiro, existe uma distância muito grande entre pensar e escrever. Penso, mas será que o que penso é adequado para o que vou escrever?
E se for escrever, como começo? como começo a escrever um texto que é composto por vários textos. Não estou dizendo que uma tese é polifônica. Enfim, vou começar a escrever e compartilhar com todos as minhas angústias de quem achava que não tinha nenhuma

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